terça-feira, 22 de abril de 2008

Vou começar dizendo que o meu eu-lirico é uma arrogância daquilo que eu sinto, queimando os meus valores, liquidando o meu interior físico, e imaterial. Vou dizer que a penúmbria do ser está ligada à uma dávida, pentecostal, universal, dilateral. E assim, vou correr à primavera.Mergulhar no infinito das coisas para ultrapassar o que demais me prende nos meus "is". E quando eu estiver pronta para entender que não existe salvação, e nem a pátria vagabunda para me ceder e dar às mãos, saberei decor, saltiado, que eu fui muito mais que uma mulher: é assim que se aceita ser. No infinito, na crítica: é tudo orgânico, tudo pesa. Tudo é carne, e sangue, e bolha, e nuvens e ar, e pulmão e vagina, e sexo, e sexo, e sexo, e sexo, e sexo, e pronto.As coisas me parecem difícies para serem compreendidas pelos outros, pois é exatamente isso: o meu eu-lirico é um alcolatra vádiu. Justifico: sofre. Sofre, e sofre. E eu me encarrego feito cúpula, feito força do vento tentando contrair minha cólica térrea para justificar os meios do projétil-cidadão: sou novamente mais do que uma regra. Apesar de não citar deformações. Plurais, que vão e que ficam. Escorre no dedo uma lágrima amiga, e uma erva medicinal sabe muito bem lhe dar com a paisagem humana da penúmbria, da morte, do veneno, do caos, do esteriótipo.Um dia ei de ser mais que um cão, mais que um vádiu, mais que uma mulher, ei de ser mais do que uma contradição: porque eis aí as diferenças incertas: Uma mulher, um vadiu, e um cão.Por que eis aí a diferença da diferença. E eis aí a racionalidade do meu eu-lirico que pulsa, que vibra, que goza, que subtrai. Que concretiza uma idéia na estatistica do nada, do evento, e do estupro. Eu sou o mundo cão, a paisagem dos que habitam. O ser, o interior. E eu não quero saber de mais nada, comprendo o medo dos que vivem e tranquilo-os, chorem por existir.

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