sábado, 19 de abril de 2008

Eu ei!

Sinto por um momento que a covardia é um cálice de ordem, é um orgão bélico de uma opéra sacramentada inventada para o nada, envolvida na fragmentação de suas hierarquias, de suas castas, de suas mucosas. Sinto por um momento que o medo gruda em escovas de dentes que percorrem dentaduras amigas e dentes travados. O caos, o ranger. Existe em mim um talento mórbido de inclinação do egoismo: vou celebrar a vida marchando em cima de calendários e amarelinhas presas nas calçadas. Serei eternamente ofuscante, serei retóricamente suja, como uma célula de um real vinculada à um parto comercial, representando apenas um troco.
Eu ei de ser tão livre como um rotina de 24 horas, que machuca, que sobrepõe. Que soluça: covardia.

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